quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Um Dia a Casa Cai

Não há dúvidas de que em se tratando de ostentação, o brasileiro tem vocação nata para abraçar (sem pestanejar) a política do “comprar gato por lebre”.


Tudo isso porque sem perceber ele é ludibriado a aceitar a velha prática do tirar vantagem em tudo. O problema deste vicioso esquema tão exaltado entre nós brasileiros é que na maioria das vezes “nem tudo que reluz será necessariamente ouro”.


Digo isso, pois não me soa inteligente investir, ou até mesmo exaltar (mesmo que indiretamente) em empreendimentos (sejam eles grandes ou pequenos), que tão somente investem a seu bel-prazer.

Que lucratividade pode ter um consumidor que corre riscos de morte? De que adianta admirar uma fachada tão exuberante se em seu interior quase tudo está perdido?!

Se já é crime colocar a vida de centenas de pessoas em perigo, é muito mais absurdo ainda a burra ideia de compartilharmos com o choque disfarçado entre as vitrines daquela loja de grife; ou ainda da possível queimadura de terceiro grau estampada entre as liquidações do momento.

Pior que perder um shopping dentro de uma ilha por falta de infraestrutura, é ter que aceitar que podemos ser interditados de viver.
 

terça-feira, 30 de outubro de 2012

O País da Piada Pronta

Já dizia Pôncio Pilatos que a “justiça é cega”; mas em se tratando do país da piada pronta a frase em questão ganha um adjetivo a mais: é burra também!


Como conceber que não há falhas na justiça do Brasil se quem paga pelos pecados dos outros em sua grande maioria são pessoas de bem?! O que pensar de um Estado que não presta obediência a um trabalhador que cumpre em dia com suas obrigações? É inaceitável ter que viver a mercê de marginais torcendo para que não sejamos nós as próximas vítimas.

Digo isto, pois para mim é revoltante ser obrigada a aceitar que um cidadão (seja ele morador da Cidade Industrial de Curitiba, ou de qualquer outra parte deste nosso imenso território nacional), que vive para sua família tenha que ir para a prisão por defender as suas crias.

Que valor de justiça pode existir no caso de um pai de família que para não perder o que talvez tenha levado anos para juntar a “míseras penas” seja ele o obrigado a ser o personagem frio do fato? Eu lhes respondo senhoras e senhores: em casos como este a justiça não tem valor algum.

Não é justo que esta injusta justiça brasileira garanta plenos direitos a dois marginais, que sem amor algum ao seu próximo, possam ser absolvidos por terem sido impedidos de cometer o crime do roubo, ou talvez até mesmo o da morte.

Situações como esta, e muitas outras espalhadas por aí nos faz refletir, e a concluir que infelizmente estamos muito mais suscetíveis aos “crimes” do próprio Sistema do que daqueles que sem máscara alguma já anunciam os seus malfeitos.
 
E “viva” a falta de bom senso! L



segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Ciclo Vital

Após dois meses e exatos quinze dias longe do meu mundinho virtual, porém não ausente da vida terrestre, pude acompanhar alguns sucessivos acontecimentos esperando o momento certo do almejado retorno.


Nesta caminhada tortuosa fatos isolados e até mesmo em conjunto, acabaram desenhando não somente o meu contínuo ciclo vital, mais também de milhares e milhares de brasileiros, que divididos entre suas pequeninas vidas puderam constatar que não é só de pão e circo que vive um homem.

E como quem acorda de uma histórica hibernação, fomos tomados pela luz da ética, e sem perceber acabamos percebendo que tramas bem mais envolventes que o simples duelo entre aquela bipolar Carminha e a mal resolvida Nina estavam sendo desenvolvidas bem em frente de nossas faces.

Este choque de realidade foi crucial para que percebêssemos que a inércia e a habitual alienação já não se faziam tão presentes em nosso insosso cardápio. E foi graças à aversão destes indigestos temperos que fomos levados (talvez pela primeira vez) a tomar autênticas decisões.
 
Sim! Pela primeira vez saímos do nosso confortável casulo e decidimos arriscar para além de nossa Terra do Nunca, mesmo sabendo que isto talvez não garanta que possamos ser abocanhados por futuros Capitães Ganchos.


No entanto, apesar dos novos riscos não podemos desprezar o valor patriótico de atos heroicos como estes! Pois são nestes pequenos instantes de lucidez que mudamos todo um contexto para além de nossas próprias existências.


Longe de parecer partidária, a grande verdade é que enfim nos libertamos de velhas amarras que em nada contribuíram ao longo deste tempo para o nosso bem comum.

Porém, não nos esqueçamos de que o fim de um velho e vicioso ciclo não anula a responsabilidade de outro, que nesta nova e longa caminhada precisará fazer por merecer para muito além de suas próprias expectativas cada grão de dignidade e confiança depositados para os próximos anos.
 
E viva a queda da Bastilha!