Dentre todas as virtudes que possam existir no mundo
nenhuma é mais admirável que a coragem de um homem. E em certos casos é preciso
ter uma boa dose extra para ter coragem, o suficiente, para bater de frente até
com a sua imagem.
A eloquência destas sinceras palavras reside hoje
nas ignorantes declarações de um alheio conhecedor das artes, que em nome de
uma fama tão glamorosa quanto volátil acabou por não perceber, que ao menosprezar
o seu próprio ganha-pão estaria ele condenado a condenar a sua pública figura.
Afirmo isto, pois é preciso não ser nada inteligente
para desconsiderar sem dó, nem piedade a importância da leitura, e dos palcos
na formação daquele que busca (em tese) com tanto afinco o aprimoramento do que
é ser verdadeiramente um artista.
Sem falar que é no mínimo uma grande imbecilidade se
orgulhar, e o que é pior, assumir o infeliz mérito de vivenciar ao vivo e a cores
o papel principal de burro e superficial, frente a milhões de telespectadores
no folhetim da vida real.
Ou você acha mesmo que basta ser bom no que faz
(quando se faz, é claro!)? Seria correto, então, anularmos toda a secular gama
de informações oriunda dos espaços do tablado? E o que pensar dos enredos de Shakespeare, Bertold Brecht, Molière, e do nosso brilhante Nelson Rodrigues? Seria perda de tempo deles ao nos presentear com obras tão profundas e marcantes?
Longe de tentar pagar uma de "cult" nesta verídica narrativa, a grande verdade é que pior que não saber decorar um texto é ter que repetir as mesmas caras e bocas do mesmo velho canastrão.
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