Às vezes deito em meu divã, e fico a pensar o que vale
mais a pena: bater no peito por ser um eletrodoméstico brasileiro? Ou esconder-me
do mundo? Já que são inúmeras as vergonhas, da qual sou obrigado a assistir, todo
santo dia neste território tupiniquim.
É que em se tratando deste humorístico país tudo
pode acontecer; e o que é pior: tendo, ainda por cima, a aprovação de quem, em
tese, deveria trabalhar em prol de nossa própria, e quase sempre alienada nação.
A convicção destas abismadas palavras reside, neste
momento, no comportamento (a meu ver juridicamente incorreto) insano, e porque
não dizer criminoso, de um jovem adulto, que baseado em uma legitimada menoridade
foi capaz de usar, e abusar de sua já dissimulada inocência em nome de um
racismo puramente mercadológico.
Afirmo isso, pois é no mínimo absurdo, em pleno
século XXI, anos e anos após a extinção da escravidão no Brasil, acompanharmos
um imaturo homem nos surpreender com a transgressora venda da negra etnia.
É contraditória a ideia de que ainda sejamos
coagidos a aceitar, que seres humanos aparentemente ingênuos não possam
responder por atitudes tão conscientes, quanto inconsequentes.
Ou você acha que tem idade para o indivíduo virar mau
elemento?! Será que nossa conivência neste, e em tantos outros casos espalhados
em nossa pátria aí afora já não teria passado dos limites do bom e ajuizado senso?
Longe de desejar castigar este mais novo delinquente,
a grande verdade é que passar a mão na cabeça não apaga o mal cometido, mas
demonstra, sem perceber, a cumplicidade de sempre aceitar o erro.
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