Ovelha Negra

Seja na vida real ou até mesmo na ficção, toda boa família que se preza traz consigo um rebento degenerado, que para fazer jus a sua péssima condição é capaz até de renegar as suas próprias origens em prol dos seus mais obscuros objetivos.

E foi seguindo essa tendência nada fraternal que agora o ator norte-americano Angus T. Jones decidiu sem mais, nem menos virar às costas para os seus parentes mais próximos da TV.

Isso mesmo! Após dez anos desfrutando de toda a fama e glamour advindo do sucesso causado pela série “Two and a Half Men” (“Dois Homens e Meio”), o agora “meio homem” Jones inspirado por ligeira lavagem cerebral resolve “cuspir no prato” do qual já comeu e se lambuzou bastante.

 

Digo isso, pois é vergonhoso ter que assistir um pirralho, que mal saiu das fraldas dizer o que é certo ou errado para a cultura, quando ele próprio se contradiz ao se excluir e participar do evento ao mesmo tempo.

Longe de levantar bandeiras da moral ou da luxúria, a verdade é que fica um pouco difícil de dar crédito a uma pessoa, que além de possuir pouca experiência na vida, também não possui talento algum para a arte.

Pra quem sempre esteve à margem da história posar de estrela neste momento vai parecer até piada.

 

Vai uma Carona Aí?!

E mais uma vez o atual poder público de nossa caótica cidade ludovicense mostra que em se tratando de descaso sua vocação é exemplar.

Como se não bastasse à falta de higiene que pode ser observada a cada nova esquina, os inúmeros e perigosos buracos que por aí estão espalhados, o descontrole visível na rede de saúde e educacional; agora somos obrigados a engolir a seco a possibilidade de não termos como nos locomover.

Isso mesmo! Cinicamente inspirada por personae non gratae como a do economista e político Delfim Netto, que em plena década de oitenta sem o menor pudor foi capaz de dar um “calote” no respeitado FMI, a administração pública de São Luís parece que agora não quer mais se envolver, e o que é pior: não quer resolver questões monetárias que ela mesma causou.

Imbuído sabe lá se pela manobra política ou por pura má fé, o nosso gestor e seus respectivos dirigentes internos insistem em não realizar o pagamento pelos serviços prestados na manutenção do Sistema de Bilhetagem Automática (SBA) em nossa capital.

 

O resultado deste impasse acaba por demonstrar o desrespeito de quem até pouco tempo prometia “mundos e fundos" para toda uma população; sem falar que ainda coloca em xeque a vida de muita gente, que sem ter como se deslocar poderá correr o risco de deixar de cumprir com suas obrigações.

Sem querer criticar qualquer uma das partes, a realidade é que apesar do sentimento do leve desespero, ainda assim, nosso saldo é positivo. Pois pior que pedir carona é ter que pagar para reviver por mais quatro duros anos.

 

E viva o mau caratismo! L

Fuleca Seleção

É isso aí! E mais uma vez a dança das cadeiras volta a embalar a coreografia desajeitada da nossa “fuleira” seleção brasileira, que mesmo com toda a ginga característica de nossos atletas, ainda assim, deixa sempre muito a desejar em se tratando do famoso “futebol arte”.

Mas se por um lado falta entrosamento, por outro, é preciso ter consciência que andorinha nenhuma conseguirá fazer verão se não houver uma boa dose de responsabilidade aliada a muita dedicação; ingredientes estes que parecem estar esquecidos há muitos anos entre os que fazem parte da elite do nosso “gramado verde e amarelo”.

Digo isso, pois chega a ser covardia culpar apenas uma cabeça quando na verdade todo um conjunto tem falhado. Não nos esqueçamos de que esquemas sorrateiros implantados no interior dessa digníssima Confederação de Futebol Brasileira também possuem sua parcela de erro em cada jogada ensaiada.

Longe de defender esse ou aquele outro novo técnico, a grande verdade é que nessa nossa incansável partida interna não ganhamos e nem perdemos; mais o que é pior: vamos colecionando pobres mártires do campo, que mesmo não sendo santificados se veem obrigados a realizar milagres além de suas próprias forças.

 

E viva a falta de motivação!

Consciência Racista

Não existe coisa mais desagradável do que sentir vergonha alheia; pior ainda quando este tipo de sentimento vem de fatos ou pessoas, que mesmo vivendo dentro de uma realidade imposta há mais de 500 anos, ainda assim, são capazes de se auto intitularem melhores que os demais, fingindo desta maneira o esquecimento de sua própria condição histórica.

Como não achar ridículo que um brasileiro em pleno século XXI ainda se espante pelo mérito de um negro chegar ao poder?! Imposta ou não, a questão é que a libertação de nossos irmãos cidadãos há muitos e muitos anos que já chegou, e desmerecer este fato é que seria algo extremamente extraordinário.

Já está passando da hora da maioria dos brasileiros perceberem que somos sim todos iguais perante os nossos direitos e deveres. Não é uma exceção, e sim uma regra que deve ser sempre seguida independente de nossa etnia ou classe social.

A questão a ser refletida não é a predominância da cor, e sim a capacidade de gestão, a capacidade intelectual, a capacidade de chegar ou não a um determinado posto. E neste quesito o senhor Joaquim Barbosa mostrou que é tão competente quanto o seu antecessor.

 

Simbolizar a habilidade de um homem por meio da tonalidade de sua pele não engradece o seu potencial, mas enaltece o preconceito.

Indecifrável Baianidade

Para quem estava com saudades da indecifrável baianidade nagô do indiscutível Caetano Veloso, aqui vai um recado: ele está de volta! Após exatos três anos afastado dos estúdios, o músico retorna para lançar o seu mais novo álbum.

Intitulado “Abraçaço”, o disco que tem previsão de chegar às lojas de todo o Brasil no próximo dia 27 deste mês vai reunir onze canções inéditas, que foram cuidadosamente orquestradas mais uma vez pela banda “Cê”.

Produzido por seu filho, Moreno Veloso, em colaboração com o guitarrista Pedro Sá, que também ja deu o “ar” de sua graça nas obras "Cê" e "Zii e Zie" (ambas de Caetano), “Abraçaço” que também não deixa de possuir sua veia política, vai contar durante os versos de “Um Comunista” a trajetória de Carlos Marighela, ex-deputado morto pela ditadura em 1969.

 

Além da canção que prestará uma singela homenagem ao político assassinado em plena ditadura, o quadragésimo nono álbum da carreira de Caetano destacará também entre as outras canções (e porque não dizer principalmente!), a música “Um Abraçaço”, que fazendo jus ao título do álbum espera envolver carinhosamente todos os seus fãs.

 

Com tanto chamego espalhado no ar vai ser difícil não resistir a este abraçaço.

O Adeus de um Coisinha de Jesus

Se há um gênero no cinema que apesar de todos os estardalhaços deixa muito a desejar é o da ação; ainda mais, se vier acompanhado daqueles típicos atores contratados exclusivamente para aquelas famosas cenas de “porradas” barulhentas.

E neste quesito o que não faltam são “talentos” disfarçados de atores, que mesmo não possuindo tino nenhum para a arte são capazes (apenas Deus sabe como!), de galgar milhares de sucessos cinematográficos.

 

Porém, se para conquistar a fama só é preciso um dia, para mantê-la é necessário muito mais que isto; e, é nesta grata hora que somos salvos das “caras” e “bocas” daquelas figurinhas repetidas, que sem ter como sustentar as próximas cenas se olham obrigadas a deixar o cenário.

Digo isso, pois não encaro com tristeza a saída de cena do inexpressivo Jackie Chan, que apesar dos inúmeros filmes, ainda assim, não foi capaz de carimbar se quer algum personagem de destaque que evidenciasse sua passagem pelas inúmeras salas de projeção espalhadas pelo mundo.

Ou você vai me dizer que há diferença entre seus olhos puxados e os longas que já foram rodados? Sem falar nas sequências de lutas, que somente observando já nos causa certo cansaço.

 

 

 

Sem querer desmerecer a sua história, o fato é que ninguém é insubstituível, mas, se for para continuar investindo no mesmo script, que pelo menos o próximo episódio me faça ri.

Câmbio Desligo!

É! Não tem jeito! Virou moda mesmo atacar pobres inocentes nos arredores das grandes cidades. O pavor e a adrenalina que antes poderiam ser sentidos apenas uma vez ou outra nas manchetes dos principais jornais, agora se tornou uma trágica reprise do nosso condensado dia a dia.

Motivados por facções dentro e fora dos presídios, os ataques não escolhem classe social, nem etnia; bombardeiam mesmo sem dó, nem piedade quem estiver por perto.

O resultado desta carnificina, que até agora parece não ter fim, configura nada mais, nada menos que a evolução da perda de identidade do que um dia já foi uma sociedade funcional.

Isso mesmo! Longe de apontar os mocinhos ou bandidos nesta nossa nova trama de “bang bang”, a real verdade é que todos nós temos parcelas de culpa nesta incansável onda de violência urbana.

 

Esta conduta desviante que se reflete em mandatos de políticos que sem escrúpulos algum fecham acordos com “deus” e o “diabo” personificados em patentes e capuzes, acaba por evidenciar a fragilidade do nosso generalizado sistema, que sem perceber executa e, é executado.

 

 

Extra Luto

Que me desculpem os fãs de plantão do INXS, mas seria cômico se não fosse trágico o anúncio de algo que há muito tempo já se foi.

Apesar dos seus trinta e cinco anos de carreira (comemorados somente entre os integrantes), e incansáveis tentativas de tentar voltar ao topo, o fato é que assim como o já falecido Michael Hutchence, parece que agora os demais membros do grupo australiano perceberam que já estava passando da hora do sacramentado enterro.

Sem querer desmerecer toda uma trajetória, a grande verdade é que atire a primeira pedra quem conhece outra canção da banda em questão a não ser a eterna balada “By My Side”, que surpreendentemente em todos esses anos talvez seja ainda a única que ajude a sustentar uma “fama” adicional entre os demais sobreviventes.

Lamentar um episódio como este no cenário musical não parece ser a decisão mais inteligente, haja vista que a contribuição do INXS já se fez por merecer há exatos quinze anos.

 

E que enfim descansem em paz!

Abusada Autoridade

Não sei o que é pior: viver a mercê dos delinquentes que infestam o meu país, ou se é cercada por brutamontes, que disfarçados em suas fardas e patentes acabam por espalhar tanto medo e desespero quanto qualquer malandro escondido em uma esquina.

Digo isso, pois não vejo com respeito todo aquele que impõe o seu respeito por meio da força bruta. Usar um distintivo acreditando ser legal a prática do seu crime não omite o peso do seu abuso.

É vergonhoso ter que aceitar que situações como estas instauradas num Brasil opressor de 64 ainda sobrevivam em nossa atualidade; que encontrem forças para continuar perpetuando não só para o seu próprio mal, mais também para fazer o mal contra qualquer “pobre inocente”.

 

Espalhar bala em nome da lei não gera ordem, porém, multiplica desordem.