A concordância e a certeza destas palavras não
residem meramente em uma expositora aula de português. Ela vai muito além de qualquer
compreensão linguística, e tenta mostrar através de suas entrelinhas, que pior
que tentar consertar um erro grotesco é ter que fingir uma realidade tão
absurda, quanto falsa.
Digo isto, pois não vejo como uma Comissão que se
diz detentora de uma “verdade absoluta” possa contribuir na resolução de fatos,
que agora não passam apenas de ocorrências tão somente cultuadas nas folhas dos
livros de nossa mesquinha história.
Não é que não seja importante a elucidação de como,
e para onde foram os corpos dos pobres reprimidos da nossa ainda velada ditadura
militar; mas de que adiantaria neste momento salvar centenas de casos já
perdidos, quando ainda podemos cobrar de nossas autoritárias autoridades, o
descaso sofrido por quem ainda vive em meio à represália?!
Acredito que seria muito mais interessante canalizar
ações que possam, de fato, recuperar vidas perdidas diariamente entre os
corredores de nossas instituições presidiárias, do que se prender a uma triste
lembrança de um instante já esquecido há tempos.
A violação dos nossos direitos humanos não está
apenas ligada a um momento da nossa história brasileira. É preciso sensatez
para perceber que ainda somos torturados, e torturadores de um velho sistema intransigente;
seja por meio de impostos mal empregados, ou o que é pior: por nossa conivência,
ao aceitarmos sem qualquer indagação a falta de investigações que rondam constantemente
as condições subumanas vivenciadas por quem, por vezes, já pagou pelos os seus
pecados.
Pior que deixar transparecer o que ninguém nunca vai
saber é tentar esconder o que já é visível.
E viva o lero-lero! :/
Nenhum comentário:
Postar um comentário