A certeza de nossa falta de identidade reside na enxurrada
de seres humanos assexuados, que agora muito mais preocupados em levantar um possível
ibope, ou quem sabe até conseguir uns tostões extras na próxima estação, acabam
por esquecer de fato, a própria vontade de amar o verdadeiro sentimento.
Digo isto, pois nunca se viu com tanta eloquência, e
principalmente ampla afirmação, à necessidade de colocar em cheque, o desejo de
sair mais que depressa de dentro do escondido armário.
Não que eu seja contra a busca da felicidade do outro,
no entanto, soa repentino demais e claramente forçado, tanta homogeneidade expressa
até por parte de quem nunca se quer cogitou participar deste seleto grupo.
Longe de querer deturpar, ou até mesmo transgredir
quem muito já sofreu em silêncio, a grande verdade é que ser gay na atualidade
não é mais sinônimo de exclusão; é mais que isto, é péssimo!
Ser gay neste momento é lucrativo em seu pior
resultado, pois não ganha tão somente falsos novos adeptos alheios às necessidades
de quem absolutamente vive uma autêntica realidade, como também coloca abaixo,
todo um discurso fundamentado por quem traz verdadeiramente na alma, o desafio
de conviver com o preconceito velado.
Está passando da hora de entendermos que homossexualidade
não é um símbolo, não é um produto em prateleira, e muito menos um bem de
consumo em exposição; homossexualidade não é sexo desenfreado e sem proteção,
porém, seres humanos que buscam ser respeitados e legitimados sem o menor
sensacionalismo.