terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Quem Vende Mais?

Tão amoral e pecador quanto à pornografia é a capacidade que alguns veículos de comunicação têm de inverter o valor do termo entretenimento em um fato altamente transgressor.


É absurdo, e até sem razão, a ideia de que para assistir qualquer programa o indivíduo precisa está devidamente inserido em uma realidade social. Até onde eu aprendi todos nós somos livres para ir e vir; sendo assim, todos nós (mais uma vez) podemos escolher o que nos cabe ser mais ou menos interessante de absorver das mídias.

Não costumo observar com bons olhos determinados atrativos televisivos, que objetivando “cativar” novos mercados consumidores são capazes até de menosprezar ou supervalorizar o credo de quem está do outro lado da telinha tão somente para tentar justificar o seu verdadeiro objetivo.
 
Não seria então apenas papel dos veículos informar o conteúdo de forma imparcial? Até que ponto vai realmente à decisão do assistir de cada telespectador?

Digo isto, pois não é inteligente querer nos induzir a transformar uma obra com todo seu contexto histórico e cultural em apenas uma manifestação em favor de uma determinada religião.

Não é inteligente ignorar que se trata de um enredo fictício, e que mesmo que tudo fosse baseado em fatos reais, ainda assim, o local em questão teria sim o mesmo embasamento informativo.

Agradando ou não, a verdade é que não é apenas o “Canto da Sereia” do grande escritor Nelson Motta que trata da realidade do povo baiano, mais também a “Gabriela”, do surpreendente Jorge Amado, dentre tantos outros, que desejando explanar sobre o universo da Bahia não fugirão às suas peculiaridades.
 

Se “contra fatos não há argumentos”, então se torna sem fundamento tentar persuadir, que num país como o Brasil, onde sua maior parcela da população é amplamente católica, e tendo um estado que prega a cultura afro-brasileira como sua base primordial acreditar que estamos sendo obrigados a consumir a nossa própria tradição.
 
 
E viva a exacerbada incoerência!

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