É absurdo, e até sem razão, a ideia de que para
assistir qualquer programa o indivíduo precisa está devidamente inserido em uma
realidade social. Até onde eu aprendi todos nós somos livres para ir e vir;
sendo assim, todos nós (mais uma vez) podemos escolher o que nos cabe ser mais ou
menos interessante de absorver das mídias.
Não costumo observar com bons olhos determinados
atrativos televisivos, que objetivando “cativar” novos mercados consumidores são
capazes até de menosprezar ou supervalorizar o credo de quem está do outro lado
da telinha tão somente para tentar justificar o seu verdadeiro objetivo.
Digo isto, pois não é inteligente querer nos induzir
a transformar uma obra com todo seu contexto histórico e cultural em apenas uma
manifestação em favor de uma determinada religião.
Não é inteligente ignorar que se trata de um enredo
fictício, e que mesmo que tudo fosse baseado em fatos reais, ainda assim, o
local em questão teria sim o mesmo embasamento informativo.
Agradando ou não, a verdade é que não é apenas o “Canto
da Sereia” do grande escritor Nelson Motta que trata da realidade do povo baiano, mais
também a “Gabriela”, do surpreendente Jorge Amado, dentre tantos outros, que desejando
explanar sobre o universo da Bahia não fugirão às suas peculiaridades.
Se “contra fatos não há argumentos”, então se torna sem
fundamento tentar persuadir, que num país como o Brasil, onde sua maior parcela
da população é amplamente católica, e tendo um estado que prega a cultura
afro-brasileira como sua base primordial acreditar que estamos sendo obrigados
a consumir a nossa própria tradição.
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