quarta-feira, 6 de março de 2013

Doce Déspota

Tão surpreendentemente misteriosa quanto à morte, é a capacidade de cega idolatria que a maioria dos homens possui ao redor daqueles que acabaram de sepultar os seus últimos vestígios.


Sem que possamos questionar qualquer situação, somos obrigados a aceitar como num piscar de olhos, as inverdades mais que absolutas de seres, que durante toda a sua quase que infinita trajetória não soube herdar e perpetuar com louvor o seu legado em favor de um bem comum.

Tudo isto porque a morte não finda apenas com o respirar, mas o que é pior multiplica sem perceber sábios ignorantes populares, que carregados de comoção se põem a esquecer de maneira quase que mágica as lamentações e sofrimentos causados já agora por um adormecido doce déspota.

Digo isto, pois mesmo tendo total respeito pelo desfalecer de mais um homem que foi embora deste mundo, não me causa qualquer agonia o adeus de quem só trazia em sua imagem a caricatura mais que viva da tirania, e da abusada arbitrariedade disfarçada sobre os trejeitos de um comandante-comediante do eterno humor negro.
 
Isto mesmo! Do contrário como explicar a forçada alegria de uma nação sem graça, acostumada apenas a ser incessantemente bombardeada por constante inflação, corrupção, falta de comida e energia custeada pelas mesmas mãos que davam e tiravam do seu próprio povo?!

Chorar não traz o tempo perdido, porém neste caso, alivia o leve desespero de quem sempre trouxe na memória a possibilidade de que talvez agora seja possível conhecer de fato a tão esperada chegada da democracia.

E viva o Mussolini tropical! :/
 

Nenhum comentário: