segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Meu Brasil Poliglota

Quem vai para a Espanha fala o espanhol; na Itália é preciso balbuciar bem o italiano; na França nada mais justo que papear em francês; na famosa Inglaterra dos Beatles o inglês ainda manda no pedaço. E no sucateado Brasil do explorador Pedro Álvares Cabral?! Afinal, que língua se fala?!

 
 
 

Bem minha gente, neste país onde “quem menos anda voa” pode acreditar: nosso português é regionalmente variável, e quem ignora esta máxima, em meio aos seus novos acordos ortográficos, sentencia, sem perceber, o falecimento de sua própria identidade cultural.

A certeza desta oração coordenada reside para variar, mais uma vez, no infundado discurso de uma avessa autoridade da nossa agonizante saúde, que, em nome do seu ignorante achismo descarta, sem qualquer check-up, a plena necessidade do ser humano se fazer entendido.

Afirmo isto, pois é no mínimo incoerente querer receitar, como via de regra, aos nossos futuros gringos doutores, o amplo desdenhar de nossa peculiar língua pátria mãe.

Ou você concorda que não seja imprescindível abrir a boca, e falar o que está sentindo?! Se nem os nossos compatriotas médicos conhecem a forma coloquial de determinadas palavras, o que dirá daquele que nem aqui nunca nasceu?! Seria então o exercício da mímica a nossa última salvação?!

Longe de tentar abortar um programa que já parece ter nascido morto, a grande verdade é que quem não se comunica, se trumbica, ou neste caso, o pior: pode até matar.
E viva o calar de nosso grito de dor! L

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