quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Tiro de Alerta

Nunca fui fã do óbvio, do visto a olhos nus, do claro, do visivelmente explicável. Daquilo que pode ser compreendido, e aceitável sem muitas delongas de debate.


Não que eu prefira o indecifrável, ou uma mera situação que me fuja o controle psíquico emocional; no entanto, não me resta a menor dúvida de que tudo aquilo “perfeitamente” linear, de alguma maneira foge léguas de qualquer domínio.

A certeza deste profundo, e reflexivo pensamento habita hoje lamentavelmente entre os pormenores, que encobrem os segredos guardados, a sete chaves, de uma aparente família feliz.

Afirmo isto, pois antes de ser lançado algum torto julgamento a respeito do que teria levado um aparente garoto normal a chacinar todo o seu núcleo familiar, é necessário que tenhamos plena consciência de quem nem tudo é o que parece ser.

Não que eu deseje inocentar, ou sentenciar ao inferno um ser humano que já foi caracterizado como um animal sem alma por nossa maculosa sociedade; mas, como julgar alguém sem conhecer a sua verdadeira estória?!

Ora meus senhores! Acredito que o maior mistério a ser desvendado neste caso não esteja na posição em que os corpos foram brutalmente encontrados; e nem tampouco como eles chegaram a perecer em seu simulado lar de comercial de margarina.

O maior mistério a ser decifrado no momento é a real maneira como cada membro realmente se portava! Quem eram eles de fato? Como se portavam no interior de seus mundinhos? Quem escondia o que de quem? Será que eles foram mesmo vítima de um desmiolado adolescente, ou será que apenas pagaram por seus acobertados pecados?!

Longe de tentar ser o mais novo Sherlock Holmes do pedaço, a grande verdade, que acaba também por descobrir as nossas próprias verdades, é que no meio de toda esta triste tragédia familiar acabou-se por perceber que no fundo nós também não nos conhecemos realmente. No fundo ninguém sabe com quem vive, e tentar ocultar esta temerosa realidade com um falso sorriso de foto não é garantia de uma vida plena e tranquila.
E viva os mistérios que embalam os nossos impuros pensamentos! L

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