Não que eu prefira o indecifrável, ou uma mera situação
que me fuja o controle psíquico emocional; no entanto, não me resta a menor
dúvida de que tudo aquilo “perfeitamente” linear, de alguma maneira foge léguas
de qualquer domínio.
A certeza deste profundo, e reflexivo pensamento
habita hoje lamentavelmente entre os pormenores, que encobrem os segredos guardados,
a sete chaves, de uma aparente família feliz.
Afirmo isto, pois antes de ser lançado algum torto
julgamento a respeito do que teria levado um aparente garoto normal a chacinar
todo o seu núcleo familiar, é necessário que tenhamos plena consciência de quem
nem tudo é o que parece ser.
Não que eu deseje inocentar, ou sentenciar ao
inferno um ser humano que já foi caracterizado como um animal sem alma por
nossa maculosa sociedade; mas, como julgar alguém sem conhecer a sua verdadeira
estória?!
Ora meus senhores! Acredito que o maior mistério a
ser desvendado neste caso não esteja na posição em que os corpos foram
brutalmente encontrados; e nem tampouco como eles chegaram a perecer em seu
simulado lar de comercial de margarina.
O maior mistério a ser decifrado no momento é a real
maneira como cada membro realmente se portava! Quem eram eles de fato? Como se
portavam no interior de seus mundinhos? Quem escondia o que de quem? Será que
eles foram mesmo vítima de um desmiolado adolescente, ou será que apenas
pagaram por seus acobertados pecados?!
Longe de tentar ser o mais novo Sherlock Holmes do
pedaço, a grande verdade, que acaba também por descobrir as nossas próprias
verdades, é que no meio de toda esta triste tragédia familiar acabou-se por
perceber que no fundo nós também não nos conhecemos realmente. No fundo ninguém
sabe com quem vive, e tentar ocultar esta temerosa realidade com um falso
sorriso de foto não é garantia de uma vida plena e tranquila.
E viva os mistérios que embalam os nossos impuros pensamentos! L
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