A certeza deste fato cronológico não se baseia tão
somente pela dura conduta de nossa despreparada polícia a cada minuto que
reivindicamos os tostões a mais, que diariamente são subtraídos de nosso pobre
bolso, a cada nova rodada da roleta de nossa precária condução. Ela vai muito
além de qualquer catraca regional, e tenta mostrar a partir desta parada
inicial, o quanto nós deixamos de avançar graças ao nosso letárgico dever
patriótico.
Isto mesmo! Foi em virtude de um imenso desejo de
empurrar todo e qualquer questionamento com a barriga, que acabamos deixando de
perceber, o quanto é grande a nossa pequenez intelectual, frente a tudo que
possa nos interessar como agentes ativos, e aglutinadores de nosso próprio
progresso.
Digo isto, pois os manifestos ocorridos nos últimos
dias acabam por evidenciar (mesmo que de maneira às vezes trágica!), apenas o
começo da ponta de um iceberg, que traz em sua geleira raiz problemáticas
muitas mais pertinentes e taxativas, que o simples fato da variável, ou não da tarifa
de um mero transporte público.
Ou você acha que o alvo principal são os pontos de
ônibus?! Será que não vale a pena pegar carona neste manifesto, e também lutar
por melhores condições de saúde, educação, moradia, e, claro, salariais?! Será
que é justo ver o nosso povo mendigar por seus violados direitos, enquanto
obras milionárias e faraônicas, que logo serão esquecidas, tentam entreter a
nossa alienada realidade com supostos gols de placa?!
Longe de desejar a queda de nossa brasílica
Bastilha, a grande verdade é que chegada a hora de deixarmos de sermos
derivados de uma mesma Alice, em meio a um país sem maravilhas. É chegado o
momento de legitimarmos de fato o nosso contundente voto, para que enfim o peso
democrático possa se fazer valer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário