terça-feira, 18 de junho de 2013

Acorda Alice!

Segundo a nossa escorregadia história tupiniquim, nós brasileiros, estamos livres há exatos vinte e oito anos, das malvadas garras de uma sufocante ditadura militar. No entanto, algo me diz que a veracidade deste fato ainda não se encerrou como já imaginávamos, pelas ilustrações esboçadas minuciosamente nas páginas de nossos decorados livros escolares.



A certeza deste fato cronológico não se baseia tão somente pela dura conduta de nossa despreparada polícia a cada minuto que reivindicamos os tostões a mais, que diariamente são subtraídos de nosso pobre bolso, a cada nova rodada da roleta de nossa precária condução. Ela vai muito além de qualquer catraca regional, e tenta mostrar a partir desta parada inicial, o quanto nós deixamos de avançar graças ao nosso letárgico dever patriótico.
 

Isto mesmo! Foi em virtude de um imenso desejo de empurrar todo e qualquer questionamento com a barriga, que acabamos deixando de perceber, o quanto é grande a nossa pequenez intelectual, frente a tudo que possa nos interessar como agentes ativos, e aglutinadores de nosso próprio progresso.

Digo isto, pois os manifestos ocorridos nos últimos dias acabam por evidenciar (mesmo que de maneira às vezes trágica!), apenas o começo da ponta de um iceberg, que traz em sua geleira raiz problemáticas muitas mais pertinentes e taxativas, que o simples fato da variável, ou não da tarifa de um mero transporte público.
 

Ou você acha que o alvo principal são os pontos de ônibus?! Será que não vale a pena pegar carona neste manifesto, e também lutar por melhores condições de saúde, educação, moradia, e, claro, salariais?! Será que é justo ver o nosso povo mendigar por seus violados direitos, enquanto obras milionárias e faraônicas, que logo serão esquecidas, tentam entreter a nossa alienada realidade com supostos gols de placa?!
 

Longe de desejar a queda de nossa brasílica Bastilha, a grande verdade é que chegada a hora de deixarmos de sermos derivados de uma mesma Alice, em meio a um país sem maravilhas. É chegado o momento de legitimarmos de fato o nosso contundente voto, para que enfim o peso democrático possa se fazer valer.
 
E viva os verdadeiros caras pintadas!

 

Nenhum comentário: