A certeza deste discurso não se baseia
necessariamente em parâmetros perpassados nas linhas gerais, que sustentam o já
deturpado livro do Nosso Senhor; porém, no que é ainda muito pior: ele emblema objetivamente
a diária hipocrisia da qual nos fazemos valer para justificar as nossas próprias
ações.
Afirmo isto, pois não vejo com bons olhos uma agora
suposta fervorosa cristã, que, possuindo vícios como qualquer outra pessoa, se
põe, a partir deste momento, a apontar os desvios de conduta de alguém, que em outros
tempos, já lhe rendeu uns bons trocados.
Chega a ser vergonhoso, e até desumano se ausentar
do papel de boa samaritana alegando desconforto por interpretar tão fielmente o
verídico papel de sua falsa meretriz.
Onde está o espírito caridoso desta serva do Senhor
que não se permite compartilhar, mais uma vez, as memórias, e as duras experiências
de vida de quem vivenciou, de fato, uma já entretida, e lucrativa realidade
cinematográfica?!
Será que algumas horas em um templo religioso são
suficientes para beatificar uma mulher, que, em nome de uma arte não mede
esforços para vender o seu corpo, e a sua imagem?! Afinal de contas, qual a
diferença entre elas?!
Longe de querer jogar a próxima pedra em um pecador,
a grande verdade é que ninguém é melhor do que ninguém; e tentar posar de “convicta”
beata a esta altura do campeonato não garante lote algum no paraíso.
E viva a pobre rameira! L
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