A eloquência desta afirmação situa-se satiricamente
na ausência de caráter de certo figurão de um eterno poder, que, muito mais
preocupado em alavancar futuros louros eleitorais finge agora, sem qualquer
constrangimento, um ilusório apoio popular, em nome de alguns já incontáveis
votos.
Afirmo isto, pois não me soa muito solidário (quase
um mês depois) aceitar sem quaisquer questionamentos a mascarada caridade vinda
de um agora infiel, e distorcido companheiro de nossas verdadeiras causas
trabalhistas.
É inadmissível aceitar que após dias e dias de
desgaste físico, emocional, e, claro, de imagem pública, veiculada pelos quatro
cantos do planeta, somente agora este nosso ex-presidente (sempre em sorrateiro
exercício) tenha tomado consciência da vigente fúria de seus compatriotas.
Ou você acha mesmo que todo o seu silêncio nada
despercebido foi em nome de nosso bem comum?! Será que estamos com tanta moral
assim, para que ele apenas assine embaixo qualquer homologada decisão nossa?!
Sem desejar criar qualquer novo atrito em nossa
redesenhada nação, a grande verdade é que o medo de perder as velhas tetas
governamentais é muito maior do que uma “mera” manifestação social; e tentar
ignorar o sufragista inimigo é ver contemplado o seu próprio tiro no pé.
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