quarta-feira, 31 de julho de 2013

Estado de Letargia

É isto aí meu moribundo povo! Deus seja louvado! Nem tudo está perdido no país da piada pronta! Num instante de raríssima lucidez, nossos respeitados atrapalhados governantes decidiram, como um passe de mágica, ouvir a verdadeira voz da experiência em nome de um, já quase sempre esquecido, bem comum.


É que em tempos de variadas crises, corriqueiras manifestações, e sucessivas omissões políticas por todos os lados se torna até um milagre assistir, sem qualquer mero delírio a nossa frente, o desejo de desistir do retrocesso de atitudes tão ultrapassadas quanto o pensamento de quem tentou instaurá-las.

Digo isto, pois pela primeira vez, em toda a minha suada vida, é com prazer que vejo que nossos esforços não foram em vão. Somos sim a voz do divino, e foi graças à fé que temos em nós mesmos que conseguimos derrubar a incoerência de quem nunca soube o que é viver.

A certeza desta afirmação reside nos grandes esforços de uma agora salvadora classe médica, que por medo de ver morrer toda a sua base epistemológica decidiu afrontar, sem qualquer pronto atendimento, os vírus mortais do próprio caos de nossa precária saúde.

Sim! Foi graças à iniciativa destes senhores do jaleco, que em nenhum momento se deixaram curvar aos delírios de nossos doentes governantes, que conseguimos ver vencer os anos de sabedoria de quem sempre realmente lutou para nos manter vivos.
 

Ou você acha mesmo que existiria algum benefício para nós do povo em ter que esperar por mais alguns anos para ver aliviada a nossa constante dor?!

Sem falar que esta arbitrária decisão, antes lutada com tanto afinco, acabava por contradizer o discurso da necessidade de implantar especialistas estrangeiros, por conta da ausência de nossos doutores tupiniquins.
 
Longe de tentar encontrar a vacina que cure todos os nossos gentis problemas, a grande verdade é que pela primeira vez vejo realmente uma luz no fim do túnel, e tentar apagá-la com o véu de nossa ignorância é colaborar com o nosso próprio futuro óbito. :/

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