Estamos vivendo novos tempos onde grandes transformações tecnológicas têm nos ajudado a levar uma vida com mais “facilidade”. Desde o surgimento do computador no período da II Guerra Mundial (1939 a 1945) até os dias atuais muita coisa aconteceu, e novos padrões de comportamento se modificaram. Dentre eles, um merece destaque: a nossa nova forma de amar.
Com apenas um clique é possível encontrarmos o “par ideal” que pode vir confortar e dá segurança ao nosso tão almejado setor amoroso. E não faltam pretendentes solitários nos mais diversos endereços digitais espalhados pelo o mundo afora.
Mas, o que nos leva a procurar este tipo de site? Por que será que nossas relações interpessoais não se dão mais com tanta frequência pelo simples contato físico? Será que a nossa vida tão corrida não nos dá mesmo opção de tempo para escolhermos melhor?
Questionamentos à parte, a grande verdade é que hoje estamos à mercê das máquinas a tal ponto que nem conseguimos seguir direito os nossos instintos sem precisar da ajuda delas.
Esta nova “condição humana” que já era prevista no início do século vinte pela filósofa alemã Hannah Arendt em uma de suas obras nos faz perceber o quão é grande o atrofiamento de nossas novas relações, e de que como às vezes pode ser até frustrantes envolvimentos oriundos das telas do computador.
Digo isso, pois me baseio em relatos vividos por pessoas bem próximas de meu convívio social que com receio de passar o resto de suas vidas em profunda solidão decidiram arriscar um contato virtual com alguém que só foi ser “perfeito” mesmo até um dia antes de acontecer o aguardado real contato.
Longe de culpar qualquer uma das partes, o certo é que o grande erro nas nossas novas experiências é o excesso de expectativas que lançamos mutuamente ao idealizarmos quem pode está do outro lado do mouse.
No fundo, nós não enxergarmos pessoas de carne e osso, e sim seres vividos apenas nos livros de contos de fada que só servem mesmo como estórias para contar para o “boi dormir”.
Longe de taxar negativamente a importância desta nova ferramenta no cotidiano de milhares de pessoas (até porque estórias de amores correspondidos também devem existir por lá!) meu desejo é que não custa nada às vezes retrocedermos um pouco no tempo, e percebermos como também é bom cortejar e ser cortejado!
Prova disso é que não estaríamos vivos agora para ver tanta mudança social se não fossem pelos namoros realizados no peitoril das janelas de nossos avós; ou dos bilhetes entregues pelos irmãos caçulas de nossos pais para escapadinhas às escondidas com aquele “broto” na famosa praça do bairro.
Com tanto romantismo à moda antiga entranhadas em nossas raízes familiares não custa nada repetir de vez em quando atitudes que independente do tempo original, ainda fazem homens e mulheres desta “nova era” suspirarem ingenuamente, e quem sabe até com um pouco de sorte encontrar de fato a pessoa que amarás realmente até o fim de tua vida.
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