quinta-feira, 19 de abril de 2012

A melodia da vida

De todas as maravilhas que possam existir no mundo nenhuma se compara ao prazer de escutar, apreciar ou quem sabe ainda, se emocionar ao som de uma melodia. Assim como a fé, a música também é capaz de mover montanhas, prova disto é a minha estreita relação com as diversas notas musicais.

Digo isto, pois ao longo dos “meus poucos”, mas bem vividos trinta e quatro anos que a música de uma forma ou de outra sempre se fez presente em minha vida. Foi em companhia desta arte melódica que ainda criança passava a maior parte do tempo relaxando, enquanto era submetida e rigorosos exames em decorrência de uma determinada doença. Também foi por meio da música que alguns anos mais tarde eu descobri a ginástica olímpica e, como quão saudável era praticá-la.
Mas, nem só na doença ou na saúde têm sido o meu casamento com a música; a musicalidade já foi tema de amor quando me lembro daquele primeiro namorado que tantas vezes me fez suspirar; constantemente é tema de saudade quando me recordo dos entes queridos que o tempo e as circunstâncias levaram; ela também já adquiriu “características” de vitória quando embalada pelo som de “você merece!”, eu pude sentir a gostosa sensação de ter mais um sonho realizado.

Para mim a música não é só uma sequência de notas, ela pode ser mais que isto, e ela é mais que isto. Através dela eu já aprendi e continuo aprendendo sobre a evolução do homem. Que o digam os versos de “Homem Primata” na canção dos músicos Titãs. Ou o que dizer sobre a difícil luta do trabalhador assalariado na melodia de “Construção” do poeta do nosso cotidiano Chico Buarque?! A música atravessa o tempo, e mostra que de uma maneira ou de outra ela está presente na vida de cada um de nós.

Musicalmente escrevendo acredito que os sons possuem atitude, e às vezes o que escutamos e da forma como chega aos nossos ouvidos pode ter um impacto avassalador. E não precisa nem soar ao som da nossa língua mãe para que nos sintamos motivados a tomar um rumo na vida! Parece um pouco sem nexo, mas faz sentido, pois a música quando tem sentimento chega ao coração independente se somos poliglotas ou não!
Tudo isto porque a música assim como em qualquer outra arte valorizada por nós também consegue expressar a subjetividade do ser. Por meio dela conseguimos sentir deferentes sensações dependendo do nosso estado de espírito num dado momento. Sem falar que no lado cultural que elas exibem. e que acabam se tornando um atrativo a mais para quem as consome.

Exemplo disto são as mais variadas influências musicais (e principalmente internacionais) que ajudaram e continuam a me ajudar durante todo este tempo.

É com orgulho que aprendi a gostar do inglês corretamente britânico dos Beatles; do samba japonês do Pizzicato Five, do romantismo exagerado do italiano Eros Ramazzotti, do francês melancólico de Édith Piaf, dentre tantos outros.

A relação estreita com a música e com suas tendências me fez perceber como estamos intimamente ligadas (seja por meio do que escuto, seja por meio das decisões que tomo na vida!); tanto que não foi por acaso que quis seguir a carreira de radialista. Foi “induzida” pelo som das ondas das frequências que são emitidas no rádio que decidi dá minha parcela na construção de um mundo melhor.

Bem, depois de tanto discursar sobre o valor da música chego à conclusão de que tudo começa e termina realmente nela. Se pensarmos bem, a vida começa com um choro de um bebê, que nada mais é que um som e, se encerra com um suspiro em um último respirar, produzindo coincidentemente ou não um novo tipo de som. Às vezes chego a acreditar que para cada momento do ser humano existe uma trilha sonora. E, é assim que a vida, ou melhor, a minha vida: recheada de ritmos, melodias, variados timbres, diferentes formas, harmonias perfeitas, ricas tessituras, enfim, uma música nas mais belas notas.

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