O que é um ato de amor? É casar apaixonado? É doar um órgão aquele ente familiar que está na fila de espera? É dar o leite materno ao filho recém-nascido quando este chora? Sem querer menosprezar tais provas (até porque cada uma delas tem o seu valor), o verdadeiro ato de amor vai além de nossas necessidades biológicas. Ele ultrapassa a ligação consanguínea. Ele enxerga além de nós mesmos, e nos faz perceber que vê o outro como parte da gente é acreditar que não há diferenças (mesmo que literalmente haja!).
O verdadeiro ato de amor escolhe o diferente e o aceita de coração. Tornando isso mais claro e até mais palpável peguemos como exemplo o ato de adotar um filho; que além de ser um verdadeiro ato de amor é ainda um ato social capaz de fazer mudanças significativas na vida de qualquer família.
Mas, se é tão bom adotar por que não assistimos tantas campanhas em favor desta ação? Ora! Sejamos francos e honestos! Vivemos em uma sociedade hipócrita que prega discursos, porém, não se apoia na maioria deles. Sem falar na burocracia do sistema que aliada a velhos conceitos preconceituosos acabam impedindo com que ações como esta possam dá passos ainda bem maiores.
Crucificações à parte, a verdade é que mesmo com toda “boa vontade” instalada em nossos corações temos medo de quem pode vir a fazer parte de nosso lar, e isto acaba nos impedindo de amá-los como são além de desenvolver em nós uma grande aversão ao processo de adoção.
Mas, então o que dizer de casos como o da jovem Suzane von Richthofen que tendo sido criada em “berço de ouro”, com tanto amor e carinho pelos próprios pais, foi capaz de arquitetar e colocar em prática um plano que acabou tirando a vida deles?!
São situações como essa que nos fazem repensar no valor que damos ao nosso próximo, e de como podemos viver uma vida inteira ao lado de filhos gerados de nosso próprio ventre sem ao menos saber quem eles são na verdade.
Longe de levantar qualquer bandeira, o certo é que não podemos julgar um ser a partir do lar em que ele foi criado. No entanto, impedir uma criança de ter uma vida digna pelo simples fato de não saber sua origem é desconsiderá-lo como parte integrante e fundamental na construção de um povo, além é claro, de uma grande falta de amor.
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