O reggae de todas as tribos

Como se não bastasse ser berço de uma cultura e culinária invejável, a cidade de São Luís ainda encontra atributos bem peculiares no mundo da música. Entre os mais diversos ritmos espalhados pela encantada “Ilha do Amor” há de se destacar o bom e velho reggae roots que com o seu som e gingado envolvente tem conseguido reunir novos adeptos a cada novo ano.

Seduções à parte, a grande verdade é que não é por acaso que esta multiplicação de regueiros vem ocorrendo. São anos de estrada e de muitas “pedras rolando” que fizeram com que São Luís ficasse conhecida como a “Jamaica Brasileira”. Título pelo qual é ostentado de domingo a domingo em clubes e casas noturnas espalhadas pelos bairros da região metropolitana.

E, é neste clima de “paz e amor” tão difundidos nas letras das canções desta dança, que diferentes “tribos”, de velhos e novos regueiros, se encontram no primeiro dia da semana para curtir os “melôs” do “Chama Maré”, sob o comando do simpático Ademar Danilo.

É em meio a um cenário paradisíaco que este clube se destaca por sua pluralidade de gêneros que sem vergonha alguma se orgulha de não combinar um estilo próprio. Lá, realidades construídas em diferentes situações se encontram, e mostram que a mistura de sons clássicos e modernos podem também dá certo tanto dentro como fora da mesa de som.

Prova disto são os espetaculares trabalhos desenvolvidos pelo lendário Neto Myller e pela dupla da “Orquestra Invisível” formada pelos novatos, mas, não menos experientes Flávio Neto e Leonardo Scartey que juntos fazem estremecer ao “pé do ouvido” as radiolas do local.

Neste show de compassos e batidas por vezes arrastadas bem características do reggae tocado e apreciado não só pelos ludovicenses, mais também por visitantes deste Brasil afora, o “Chama Maré” reafirma o seu compromisso cultural com muita boa música, e de quebra ainda derruba preconceitos de que cada tribo pertence a um determinado grupo. E viva a diversidade de pensamento!