sábado, 7 de abril de 2012

Quanto vale sua fé?

É incrível como julgamos o nosso semelhante sem perceber que nós também somos criaturas deformadas. Pessoas nada mais são que seres colocados no mundo com ou sem permissão de uma força maior para que possam superar suas fraquezas oriundas de outras existências. E nesse mundo cão onde a grande maioria de nós está inserido, a fé em Deus, a fé na religião que escolhemos para fortalecer o nosso espírito, e principalmente a fé em nós mesmos acabam perdendo espaço para os tais prazeres terrenos que muita das vezes aparecem camuflados como símbolos de adoração para determinadas datas; datas essas que só deveriam representar exclusivamente um momento dedicado ao encontro entre o cosmo e o homem que dependendo da sua crença desenvolvida ao longo do tempo acaba adquirindo caraterísticas próprias.

Particularmente me dói perceber que com o passar dos anos o que era sacro acabou virando moeda de troca. Hoje, datas religiosas não sustentam mais seus dogmas apenas em seus preceitos divinos. Exemplo disto é a esmagadora indústria do consumo que sem medo de arriscar, e em busca de novos mercados veste a “religiosidade” conveniente em determinada época do ano para o seu bem comum, e nós sem percebermos o que há realmente por trás desta incrível jogada de marketing acabamos consumindo um produto aparentemente “imaculado”, mas que em nada acrescentará ao nosso espírito.

Ou você acha que o simples fato de não comer um ovo de chocolate na famosa “semana santa” vai te levar para o inferno?

Superstições à parte, o fato é que hoje os valores se inverteram, e algo que deveria ser encarado como um momento de reflexão para toda uma vida é visto como um instante de descanso para aqueles dias agitados de trabalho; ou quem sabe momentos de lazer como um encontro entre amigos regados com um bom e gelado chopp, pois afinal de contas não somos de ferro! Realmente! Não somos de ferro! Somos de carne, osso e alma, e independentemente do nosso desenvolvimento espiritual a grande verdade é que a fé possui um valor incalculável no mercado. Ela está além de nossas expectativas de consumo; e mesmo que quiséssemos taxá-la com números exorbitantes ainda assim não chegaríamos a um denominador comum.

Então eu te pergunto: quanto vale sua fé? Será que podemos medi-la a partir do número de boas ações que praticamos? Será que o número exato equivale à quantidade de vezes que rezamos ou oramos no interior de nosso quarto? Será que se você deixar de contribuir com o dízimo (seja ele forçado ou não), ou elevar a questão monetária por sua própria conta você vai conquistar “um metro quadrado bem localizado no céu”?

Bem, sinceramente eu não sei! Até porque eu também tenho minhas expectativas com relação ao meu lugar no almejado “paraíso”. No entanto, ainda “ponho fé” de que todos estes questionamentos mencionados anteriormente nada valem se você não amar de fato o seu próximo. Mais é amar mesmo! Não é fazer de conta com o intuito de ver seu ego massageado pelos deuses como se isso fosse uma prova absoluta de que você é o único elemento da natureza merecedor a receber uma medalha de mérito por ser “tão bom”.

Faça com o outro o que gostaria que fizesse contigo também! Mas faça de coração! Vamos seguir os ensinamentos de Jesus; até porque já se passaram mais dois mil anos e eles ainda continuam na moda, provando que suas tendências para o bem “vestem” com muita elegância etnias, valores, gêneros e pensamentos dos mais diversos aspectos.

Enfim, não quero com este discurso por vezes inflamado levantar uma bandeira específica; nem tão pouco quero ser a nova “salvadora do planeta Terra” nesses tempos tão carregados de pessoas distantes não só de Deus, mais também de si mesmas. Também não quero ser apontada como alguém avessa a tudo que o mundo material possa oferecer, seja ele dentro ou fora das lojas (até porque eu também tenho os meus vícios). Meu único desejo nestas curtas linhas é que você olhe para o seu semelhante como se ele fosse você; deixe sua fé fluir sem precisar sufocar a fé do irmão ao lado. Respeite e será respeitado. Mas não faça isto apenas em feriados santos. Faça com que isto se torne um hábito em sua vida. Pois fé só vale a pena ser valorizada quando é de fato respeitada, seja por quem for, venha de onde vier.



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