“É aquela velha história: eu tinha uma amiga, nós partilhávamos tudo, e então ela morreu e nós partilhamos isso também...” Lendo assim parece até que o enredo chegou ao fim, não é mesmo?! Mas não se engane! Esse é apenas o primeiro parágrafo de “A Memória de uma Amizade Eterna”, um emocionante relato de um forte sentimento entre duas mulheres que se unem pela empatia natural, pelos momentos de intimidade, e pela confiança mútua.
O livro autobiográfico que foi escrito pela norte-americana Gail Caldwell narra a trajetória de amizade dela com a também escritora Caroline Knapp, que após se conhecerem durante longos passeios ao ar livre com suas respectivas cadelas decidem estreitar os laços além dos bosques.
A afinidade entre elas era compartilhada nos atos mais banais até os problemas mais complexos, como o vício do álcool; foco este desenhado por Caldwell sem nenhum pudor, mas que por seu impacto causa ao leitor (por incrível que pareça!) um dos melhores trechos na leitura da obra.
Com altos e baixos, vividos como em qualquer relação, o ápice de “A Memória de uma Amizade Eterna” chega mesmo ao fim com a morte de Caroline, que vitimada prematuramente por um câncer, deixa sua companheira de passeio entregue a solidão.
Este coquetel de sensações nada agradáveis já não é mais só sentido por Caldwell. Mesmo sendo uma obra autobiográfica, o leitor já se sente fazendo parte dela, e compartilhando também em cada página, de alegrias e tristezas, de uma linda amizade que nem a morte conseguiu sepultar.
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